Um veículo elétrico é formado por um conjunto de baterias, inversor de frequência e motor elétrico. A bateria disponibiliza a energia da qual o carro necessita, (função executada pelo tanque de combustível no carro a combustão). Já o inversor de frequência, é o equipamento responsável por converter a energia da bateria e fornecer/controlar o motor elétrico (função executada, simplificadamente, pela injeção eletrônica no carro a combustão). Finalmente, o motor elétrico é o responsável por movimentar o carro, juntamente com a transmissão.
Um veículo híbrido (hybrid) é formado por dois motores: um elétrico e um tradicional a combustão. Existem alguns prefixos/sufixos que são acrescidos ao nome híbrido que diferenciam a tecnologia empregada e a forma de contribuição do motor elétrico na operação do carro em si. Existem os carros híbrido do tipo micro (micro-hybrid), médio (mild-hybrid) e completo (full-hybrid), podendo esse último ainda receber a designação plug-in.
Existem quatro modos de recarga de veículos elétricos / híbridos, sendo três modos em corrente alternada (AC Charging) e um modo em corrente contínua (DC Charging). Os modos 1 e 2 de recarga, utilizam tomadas elétricas residenciais convencionais. Já o modo 3 de recarga, utiliza um sistema conhecido como wallbox. Finalmente, o modo 4 de recarga emprega uma estação de recarga dedicada de alta capacidade de potência.
No caso da FEI, optou-se pela instalação de um carregador modo 3 do tipo wallbox, que atente ao padrão de recarga de todos os carros elétricos atualmente disponíveis no mercado, disponibilizando uma potência de até 22kW.
Os tempos de recarga variam em função da potência disponível no posto de recarga e da capacidade / característica da bateria do carro. Os modos 1 e 2 são os mais lentos, o modo 3 é um carregador de média velocidade e o modo 4, o mais rápido disponível atualmente.
Historicamente, o Centro Universitário FEI sempre buscou estar na vanguarda de pesquisa e desenvolvimento de inovações para o setor automobilístico, entre esses, o de veículos elétricos. Recentemente o Departamento de Engenharia Elétrica da FEI desenvolveu um novo laboratório voltado especificamente para estudos sobre eletrônica veicular e sistemas de tração elétrica. A proposta é apresentar a eletrônica de maneira didática, para que os alunos compreendam a funcionalidade e importância não só de sistemas de tração, mas de toda a eletrônica embarcada.
O laboratório contempla computadores para desenvolvimento de estudos de protocolos de rede automotiva, softwares de gerenciamento e calibração, e kits didáticos com peças de veículos desenvolvidas exclusivamente para contribuir com as aulas, especialmente as práticas. O projeto Fórmula FEI Elétrico, campeão nacional de 2015, estacionado dentro do laboratório é utilizado como modelo de inovação para as aulas.
O carro é considerado, até então, o mais importante da equipe Fórmula FEI, pois além de ter competido no mundial dos EUA em 2016, foi o carro que recebeu as tecnologias de uma das principais empresas patrocinadoras do projeto, a ETAS, que fornece soluções e ferramentas para o desenvolvimento de sistemas embarcados para a indústria automotiva. No laboratório, que poderá ser usado por outras disciplinas correlatas das engenharias Elétrica e Mecânica, os alunos terão a oportunidade de aprender mais sobre baterias, conversão de energia contínua para energia alternada, estudos relacionados à eletrônica de potência e a conversão eletromecânica de energia (motores), assim como outras partes agregadas à mecânica, como transmissão, suspensão e chassi.
O Fórmula FEI Elétrico é um projeto que coloca os alunos em sintonia com a mesma tecnologia empregada atualmente nos carros elétricos e na indústria automobilística. Os alunos que integram o projeto são desafiados a desenvolverem um sistema de propulsão elétrica (motor elétrico, inversor de frequência e baterias) além de soluções inovadoras e criativas em outros subsistemas do veículo tais como freios, suspensão, direção, chassis e transmissão. O projeto participa de competições como o Fórmula SAE Brasil, onde passam por provas estáticas e dinâmicas, avaliando a performance de cada projeto na pista, assim como as apresentações técnicas das equipes, que inclui projeto, custo, e uma apresentação de marketing.
Emprega um motor síncrono de fluxo axial, de 75kW de potência e 140Nm de torque (valores máximos). O pack de baterias é construído usando células de LiPO, configuradas no formato 72s3p, produzindo assim uma tensão de 300VDC e 21Ah (máximo de 420 A), com 6.3kWh de energia acumulada. O inversor regenerativo é compatível com o nível de tensão e de corrente exigida pelo motor do carro. O carro ainda contempla um moderno sistema de gerenciamento e de aquisição de dados e materiais alternativos (compósitos) na construção do carro, tais como fibra de carbono, kevlar e honeycomb. Vale destacar que na versão 2019 do projeto, o RB7 será o primeiro Fórmula Elétrico brasileiro construído totalmente de fibra de carbono, utilizando assim mesmos tecnologia e material empregados na construção dos chassis dos carros da Fórmula E e da Fórmula 1.
Saiba mais: As tecnologias e modos de recarga e o projeto Fórmula FEI Elétrico nos links:Avenida Humberto de Alencar Castelo Branco, 3.972 - Assunção - São Bernardo do Campo - SP.
Prof Dr Fábio Delatore e Prof Dr. Renato Giacomini.