19 de julho de 2020 - Prof. Carlos Eduardo Thomaz - Centro Universitário FEI
No dia 30 de junho de 2020, em uma transmissão online da sessão solene da Academia Nacional de Medicina, ocorreu a cerimônia de premiação dos trabalhos científicos que concorreram ao Prêmio Fernandes Figueira em diversas áreas, entre eles, o trabalho "Identificação da dor em neonatos: percepção visual das características faciais neonatais pelos adultos" desenvolvido pela Disciplina de Pediatria Neonatal da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo e pelo Centro Universitário FEI, que tinha como objetivo verificar como os adultos percebem a presença ou a ausência da dor no recém-nascido.
Como são pacientes que não podem expressar a dor por meio da linguagem, a dor dos neonatos é avaliada por diversas escalas que consideram a mímica facial. No entanto, a avaliação é subjetiva e não se sabe para quais áreas da face do recém-nascido o adulto/cuidador de fato olha quando avalia a dor do paciente. Nesse estudo, avaliou-se por meio da técnica de rastreamento visual, os pontos da fixação do olhar em imagens de fotos de faces de recém-nascidos a termo, submetidos ou não a procedimento doloroso, por profissionais e não profissionais de saúde.
O estudo mostrou que profissionais de saúde possuem maior chance de identificar corretamente as imagens com dor e sem dor. Além disso, dentre 4 áreas da face - boca, fenda palpebral, fronte e sulco nasolabial, os adultos olharam menos para o sulco nasolabial, no entanto, olhar para esta região associou-se à maior chance de identificar corretamente as imagens de neonatos com e sem dor. Esse conhecimento pode auxiliar no aprimoramento das escalas de avaliação da dor do recém-nascido e na capacitação de profissionais de saúde que prestam assistência e tomam a decisão de tratar ou não a dor do recém-nascido.
Carlos Eduardo Thomaz, professor e coordenador do Mestrado e Doutorado de Engenharia Elétrica do Centro Universitário FEI ressalta que esse foi um trabalho desenvolvido por muitas mãos (e cérebros) da Engenharia da FEI e da Medicina Neonatal da UNIFESP. “Sem essa parceria, nada disso seria possível”, explica. Para Ruth Guinsburg, da Pediatria Neonatal da UNIFESP, “esse trabalho representa a concretização do passo inicial de um amplo projeto multidisciplinar, no qual as expertises das ciências exatas e da saúde dialogam em busca de soluções criativas para problemas do dia-a-dia”.
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