10 de julho de 2020 - Prof. Fábio do Prado - Centro Universitário FEI
A Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) há pelo menos 10 anos, discutia a necessidade de revisão e modernização do ensino de Engenharia no Brasil, com foco no desenvolvimento tecnológico e no complexo e desafiador cenário que o País enfrenta no campo da inovação.
Em 2016, a MEI criou um grupo de trabalho formado por representantes do governo federal, do setor empresarial e da academia para debater a qualificação de recursos humanos na área. Essa articulação, que envolveu importantes escolas de Engenharia do País – entre as quais o Centro Universitário FEI – também levou a uma parceria com a Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge) e resultou em um documento que prevê maior flexibilidade na estruturação dos cursos, preocupação na gestão do processo de aprendizagem e foco na formação por competências, maior articulação com as empresas e formação docente, buscando uma consequente redução das taxas de evasão.
Em janeiro de 2019, as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de graduação em Engenharia foram aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologadas em abril, do mesmo ano, pelo Ministério da Educação (MEC).
Entretanto, algumas universidades já se anteciparam e incorporaram parte das mudanças citadas no documento na grade curricular, entre elas o Centro Universitário FEI. Os novos currículos dos cursos de Engenharia da Instituição começaram a vigorar já no início de 2019 e levam em consideração o processo criativo, as demandas de mercado e as tendências para o futuro. “A Engenharia não pode mais ser vista apenas como um conjunto de conhecimentos e roteiros de aplicações práticas em situações controladas, mas sim como um processo que envolve complexos cenários, problemas mal estruturados e soluções criativas. Só assim seremos capazes de alcançar a transformação tecnológica desejada”, acredita o professor doutor Fábio do Prado, que esteve reitor do Centro Universitário FEI até o final de 2019 e integrou o comite que desenvolveu as novas diretrizes.
Na Instituição, os projetos pedagógicos curriculares têm como foco as competências que o egresso deverá desenvolver desde o início da graduação, para enfrentar e solucionar desafios. Para isso, foram sintetizadas 12 competências desejadas e essenciais – que serão priorizadas ao longo do processo formativo –, entre as quais pensamento estratégico, trabalho em equipe, capacidade empreendedora, inteligência emocional e autonomia no aprendizado.
As novas diretrizes devem servir como um indutor de qualidade para as instituições de ensino de Engenharia nos próximos anos, e aquelas que não se adequarem e se aproximarem das necessidades do mercado, no futuro, deixarão de ser competitivas.
O presidente da Câmara de Ensino Superior do CNE e relator da comissão das DCNs, professor doutor Antonio Freitas, ressalta que a ideia é que cada instituição de ensino tenha mais autonomia para formar seus profissionais de acordo com as necessidades do mercado, e as novas diretrizes normativas orientarão o projeto pedagógico e o planejamento do curso. Dessa forma, cada instituição poderá ter seu próprio perfil de egresso, gerando maior empregabilidade e, ao mesmo tempo, fazendo com que as empresas sejam mais competitivas e contribuam para o incremento da inovação e do desenvolvimento de novos produtos e novas tecnologias. “Hoje, os engenheiros são muito parecidos e, com as novas diretrizes, a proposta é que cada instituição de ensino possa desenhar o seu próprio programa e destacar-se na sua área, com habilidades e competências distintas”, acrescenta.
Tendo em vista o lugar central ocupado pela Engenharia na geração de conhecimento, tecnologias e inovações, é estratégico dar atenção à esses números e repensar a qualidade dos cursos oferecidos no País, a fim de aumentar a produtividade e competitividade, e ampliar as possibilidades de crescimento econômico e social do País.
As novas DCNs, que teve seus fundamentos já implantados antecipadamente na FEI, devem elevar a qualidade do ensino em engenharia no País; permitir maior flexibilidade na estruturação dos cursos, de modo a facilitar que as instituições de ensino inovem seus modelos de formação; reduzam a taxa de evasão nos cursos e tornem-as mais atrativas e ofereça atividades compatíveis com as demandas futuras por mais e melhores engenheiros, entregando ao mercado de trabalho um profissional mais qualificado para propor soluções inteligentes a problemas mal estruturados.
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