Inteligência Artificial provoca questões profundas sobre lógica e ética

Os impactos da I.A. na vida do ser-humano foi um dos temas discutido por especialistas em ética, educação e tecnologia durante congresso de inovação realizado na FEI ao final de 2019

03 de agosto de 2020 - Centro Universitário FEI

O compartilhamento de dados entre empresas é uma das ferramentas que potencializa o avanço da Inteligência Artificial. Mas, apesar dos seus benefícios, esta prática levanta questões morais e éticas sobre a liberdade e privacidade humana. Este tema foi debatido durante em dos dias do Congresso FEI de Inovação e Megatendências 2050, realizado ao final de 2019 e que teve como tema “Inteligência Artificial e o SER do Humano – Complementariedade ou Competitividade para Aprender, Inovar e Viver?”.

As discussões foram iniciadas por Maria do Carmo Whitaker, advogada e consultora em Ética nas Organizações, que defendeu a ideia de que a I.A. pode trazer grandes benefícios para a sociedade, desde que a mente humana que a programe esteja bem-intencionada.

Marcelo Serigo, diretor da Avanade, complementou o raciocínio da advogada explicando que a Inteligência Artificial é o maior poder que o ser humano já teve em mãos e deve ser utilizada com sabedoria. “Acredito que os jovens não se incomodam com o uso de seus dados, desde que as empresas sejam éticas com as suas informações e as apliquem de maneira correta”, explica Serigo.

O cientista político Christian Lohbauer pontuou alguns riscos que esta tecnologia pode trazer para a democracia, mas destacou as possibilidades de inovação e integração que ela propicia. “Os sistemas digitais e as redes sociais permitem acesso direto ao público de maneira rápida e segura”, exemplifica Lohbauer.

Ainda na programação do evento, o jornalista Álvaro Pereira Júnior, da TV Globo, moderou um diálogo de gerações, que contou com a presença de Silmara Rascalha Casadei, diretora do Colégio Porto Seguro; Silvio Matos, presidente e CEO da Idealista; padre André Luís de Araújo, doutor em Letras e Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Danilo Perico, professor de Ciência da Computação do Centro Universitário FEI; e Talita Vacco, aluna do curso de engenharia da Instituição.

Entre as principais pautas levantadas no debate, os convidados mencionaram que, frente ao constante avanço tecnológico, o humano deve interpretar os dados coletados pela Inteligência Artificial de forma que consiga encontrar valor nas atividades que faz. Também foi debatida a importância dos alunos se tornarem protagonistas de seus aprendizados para conseguirmos enxergar os desafios do futuro de maneira mais humanizada.

Reflexões e desafios aos mentores

Após os painéis, o professor doutor Gustavo Donato, reitor do Centro Universitário FEI e Ingo Plöger, conselheiro da Instituição, pincelaram alguns dos temas debatidos durante o Congresso e chamaram ao palco quatro alunos de primeiro ano para demonstrarem um carro de controle remoto desenvolvido na aula de Eletrônica Geral.

“Ao ingressar nas graduações de engenharia, nossos alunos são desafiados a desenvolverem projetos usando um kit de Arduino que recebem dos professores. Mas, buscando diferentes informações na internet, os calouros acabam entregando trabalhos que vão além do esperado”, explica Donato. “Quando o aluno assume o papel de protagonista e o professor de facilitador, não há limites para as nossas conquistas”, completa.

Plöger defende que além de orientar os alunos, os professores devem sempre manter uma visão humanista das tecnologias. “Precisamos colocar muito mais amor em tudo o que fazemos. É isso que gera trabalhos de sucesso”.



Plataforma de Inovação

Os congressos FEI de Inovação e Megatendências 2050 são parte de um amplo projeto denominado Plataforma de Inovação FEI, cujos objetivos incluem preparar professores, alunos e administração a participarem do debate das grandes questões do amanhã com a sociedade civil, empresarial e pública, para, com isso, desenvolver a sensibilidade e visão de como poderá ser o futuro no qual devam estar inseridos, não como observadores, mas participantes ativos e protagonistas destas mudanças.




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