J
á no antigo Egito, a busca pela solução de problemas de transporte e elevação de cargas pesadas na construção das grandes pirâmides revelou o poder das alavancas e polias na multiplicação das forças. Desde estes primórdios, a Engenharia Mecânica evoluiu muito e está hoje por trás de uma longa lista de tecnologias que fazem parte do nosso dia a dia – carros, aviões, navios, geladeiras, elevadores, robôs, próteses, geradores eólicos. Na verdade, para todo produto que se imagine (qualquer coisa que suporte esforços, se mova ou use energia), um engenheiro mecânico está envolvido em alguma etapa, seja em sua concepção, projeto, fabricação, operação, manutenção ou gestão.

O engenheiro mecânico é considerado o mais versátil dos engenheiros. Apto a desenvolver, projetar e supervisionar a produção de máquinas, equipamentos, veículos, sistemas de aquecimento e ferramentas específicas da indústria mecânica, entre outros sistemas que envolvam movimento ou conversão de energia, é um profissional motivado a contribuir para o avanço e bem-estar da sociedade por meio da tecnologia.

Engana-se quem acha que a Engenharia Mecânica não tem lugar no futuro. O famoso economista Jeffrey Sachs, professor de desenvolvimento sustentável da Universidade Columbia, pondera que o futuro do mundo depende dos engenheiros porque serão eles os responsáveis por resolver os grandes problemas e desafios que afligem a humanidade. Engenheiros mecânicos serão essenciais no desenvolvimento de tecnologia para mitigação das causas e dos efeitos do aquecimento global, para acesso à água limpa, para geração econômica de energia limpa e renovável, para resolução dos problemas de mobilidade urbana.

O engenheiro mecânico desempenhará este papel em um contexto de intensas transformações tecnológicas, econômicas e sociais proporcionadas pela revolução digital. Citando como exemplo a evolução do setor automotivo, as inovações recentes e tendências que envolvem conectividade embarcada, veículos híbridos, elétricos, autônomos, novos materiais e técnicas de fabricação, além do rápido fortalecimento da economia compartilhada que se expande rapidamente a outros modais elétricos de mobilidade urbana como patinetes e bicicletas.

A atuação neste ambiente dinâmico e mutável demanda um perfil de engenheiro que combine uma sólida formação técnico-científica com competências comportamentais e profissionais que lhe proporcionem maior grau de autonomia, criatividade e capacidade de aprendizado e adaptação às circunstâncias. Este perfil do engenheiro é ainda mais importante no caso do Brasil, que ocupou em 2019 o 66º lugar entre 129 países no Índice Global de Inovação (IGI), desempenho em parte atribuído às deficiências em pesquisa e formação de profissionais em Ciências e Engenharia.

Esta necessidade de maior competitividade, especialmente na indústria em um contexto de rápida disseminação de novas tecnologias, e a demanda por um novo perfil do engenheiro pautaram a elaboração de novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de Engenharia em 2019, com participação de representações do governo, dos órgãos de classe, da academia e da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Em reposta a este movimento, novos projetos pedagógicos passaram a vigorar em instituições de ensino superior como a FEI, valorizando de forma central o desenvolvimento das competências, tanto técnico-científicas como comportamentais, em um contexto de domínio do processo inovador e com alinhamento a uma agenda de futuro pautada pelas grandes tendências das próximas décadas.

É este engenheiro mecânico – detentor de domínio nos fundamentos, autônomo, criativo, ético, ciente de seu papel na sociedade – que deverá alavancar o desenvolvimento econômico e social do Brasil e a resolução dos grandes desafios globais.






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