18 de agosto de 2020 - Prof. Dr. Flavio Tonidandel - Eng. de Robôs e Plínio Thomaz Aquino - Ciência da Computação - Centro Universitário FEI
Embora já existissem estudos com redes neurais para a criação de computadores inteligentes, foi em 1956, durante uma conferência de especialistas realizada no Dartmouth College, nos Estados Unidos – que durou cerca de seis semanas – que o cientista da computação John McCarthy cunhou o termo Inteligência Artificial (IA). Definida como ‘a ciência e engenharia de produzir máquinas inteligentes’, os cientistas daquele encontro mostraram que os computadores poderiam resolver teoremas matemáticos com base em lógica, o que até então era considerado impossível, e teriam capacidade de fazer reconhecimento e detectar padrões.
Desde então, a inteligência artificial passou a ser estudada por inúmeros países e, há alguns anos, virou realidade na vida da maioria das pessoas porque está presente em inúmeros serviços. No Centro Universitário FEI, a inteligência artificial vem sendo estudada na maioria dos cursos e programas de Pós-graduação stricto sensu, que mantêm pesquisas envolvendo alunos de graduação, mestrado e doutorado.
“Ainda não há consenso sobre como definir o termo IA, uma vez que a inteligência pode ter diferentes significados, dependendo da área de conhecimento”, pontua o professor doutor Flavio Tonidandel, vice-reitor e coordenador dos cursos de Engenharia de Robôs do Centro Universitário FEI. No entanto, pode-se afirmar que a área busca a solução para diferentes problemas com baixa complexidade computacional, uma vez que o computador é capaz de resolver problemas complexos que um ser humano levaria muito mais tempo para solucionar.
Algumas características básicas desses sistemas estão relacionadas à capacidade de raciocínio, de aprendizagem e de reconhecimento de padrões. Afinal, a IA é uma ciência de dados e contempla diferentes áreas, como redes neurais, métodos simbólicos, sistemas especialistas, inductive learning, computação evolucionária, planejamento automatizado, raciocínio baseado em casos, reconhecimento de linguagem e visão computacional.
O mercado global de IA inclui, ainda, uma grande variedade de aplicativos, como processamento de linguagem e automação de processos robóticos e, atualmente, também é sinônimo de machine learning e big data, cujo objetivo é ganhar conhecimento e padrões relacionados ao comportamento, ao mercado e às tendências. Com tantas possibilidades, os negócios na área estão cada vez mais aquecidos, de acordo com a empresa norte-americana de pesquisa de mercado Tractica. A expectativa é que o mercado global de software de inteligência artificial apresente um crescimento massivo nos próximos anos, com receita atingindo US$ 118,6 bilhões em 2025.
Segundo a empresa de consultoria IDC, a liderança dos investimentos em inteligência artificial está na indústria de varejo, com aportes esperados de US$ 5,9 bilhões em soluções de automação de atendimento aos clientes, consultas de compras e recomendações de produtos. Em seguida aparecem os bancos, com investimentos previstos de US$ 5,6 bilhões, especialmente em soluções automatizadas para combater ameaças, prevenção de fraudes e sistemas de investigações. A indústria e os provedores de saúde completam a lista dos segmentos que mais apostam na inteligência artificial neste momento. Juntos, os dois segmentos devem apresentar o maior crescimento dos aportes na área de IA, com alta anual superior a 44%.
Como os humanos são seres sociais limitados por aspectos físicos, cognitivos e psicossociais, um dos maiores desafios da inteligência artificial é modelar o comportamento durante o uso de sistemas digitais a fim de reduzir as limitações humanas e permitir o próximo passo na evolução da relação homem-máquina. “Muitas propostas consideram a captura de dados de uso de sistemas digitais por meio de variáveis de interação, como tempo utilizado para executar uma tarefa e utilização dos componentes em tela, sem considerar variáveis utilizadas em estudos mais abrangentes como os da área de Psicologia”, pontua o professor doutor Plinio Thomaz Aquino Júnior, Chefe do Departamento de Ciência da Computação da FEI.
A Instituição desenvolve um estudo que pretende compreender a conexão entre os traços de personalidade e a forma como usuários reais navegam pelos sites para determinar, de forma automática, os objetivos e desejos em tempo real, aumentando o desempenho, a assertividade, a qualidade e o custo de processamento. A ideia é colaborar com a otimização de sistemas adaptativos, como recomendação de compras, sugestões em sites de notícias, informações sobre produtos, sequência de navegação em sites de compras, chats inteligentes e interação com robôs.
Os especialistas acreditam que o futuro promete ir muito além, com o uso de computadores inteligentes que vão cuidar ou organizar todas as tarefas dos seres humanos, tanto em relação à vida pessoal quanto profissional. O professor Flavio Tonidandel ressalta que a IA é autoalimentada e, quanto mais se desenvolve, novas tecnologias surgem. Segundo o docente, por meio de um celular ou até mesmo de um robô, os assistentes inteligentes poderão cuidar de uma pessoa desde a infância, acompanhando o seu desenvolvimento e indicando o que é melhor para sua qualidade de vida. O sistema de IA também poderá organizar viagens, agendar restaurantes com foco na dieta alimentar do indivíduo e definir a logística de acordo com o transporte e o trânsito.
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