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obôs sempre estiveram no imaginário humano. Desde as primeiras obras literárias de Issac Assimov em meados do século passado, temos vislumbrado como seria o futuro da humanidade na presença de robôs inteligentes. Esse mundo sempre nos pareceu distante, seja porque não tínhamos como entender ser possível termos carros voadores e autônomos como nos desenhos dos Jetsons, ou por entender como mera ficção científica a realização de tarefas domésticas e outros serviços por robôs como nos filmes de Hollywood.

Essa imaginável realidade começa se transformar, rapidamente, em algo real. Com o avanço da inteligência artificial nos últimos anos, acompanhado por evoluções tecnológicas nas áreas de mecânica, eletrônica e automação, a robótica inteligente nunca esteve tão próxima de nós. E essa presença cresce rapidamente a cada dia. A importância desta nova tecnologia, tão sonhada e explorada pelos filmes e séries de TV, está levando grandes empresas mundiais a atuarem e investirem na área de robótica, e estimulando o surgimento de novas e promissoras empresas startups.

O fato principal é que a robótica está se tornando presente nas nossas vidas. E a revolução que ela pode causar está apenas começando. Já existem, de forma experimental, drones que fazem entregas de produtos. Robôs que limpam a casa já existe há mais de 10 anos, bem como robôs que cortam a grama, limpam piscinas ou tiram folhas de calhas sem auxílio do ser humano. Na agricultura os robôs já começam a aparecer, fazendo colheitas ou pulverizando plantações de forma autônoma. Na área de segurança, temos robôs que fazem patrulhas e garantem a proteção de empresas e patrimônios. Sem esquecer, claro, de falar de carros autônomos, que já são realidade, e das transformações na indústria, com robôs móveis no chão de fábrica ou em armazéns enormes manipulando o estoque de produtos sem a presença de humanos.

A tecnologia para criar, desenvolver e produzir robôs para os mais diversos serviços, já existe e está disponível. O que falta no mercado, para que todas essas novidades tecnológicas inundem nossas vidas, é mão-de-obra qualificada. Grandes empresas que atuam na área de robótica, bem como startups inovadoras, estão à procura de profissionais que entendam de robôs. Não é incomum vermos grandes eventos científicos mundiais da área de robótica com diversas parcerias com empresas. Cada uma delas com seu estande no evento. Não para venderem produtos, mas sim para recolherem currículos.

A falta de mão-de-obra especializada em robótica dificulta o atendimento à demanda por robôs inteligentes que cresce rapidamente na sociedade atual. Sejam robôs para realizarem tarefas em supermercados, ou em portos de navios, ou ainda para atendimento em hospitais, as demandas são diversas, e que hoje não são plenamente desenvolvidas.

Embora muitas áreas da engenharia estejam bem próximas à robótica, esta evoluiu muito nos últimos anos, incorporando sistemas e tecnologias que não são mais dominadas por apenas um único curso da engenharia atual. O novo profissional, chamado de engenheiro roboticista, precisa ter conhecimentos que transcendem os cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Eletrônica, Engenharia de Automação e Controle, Engenharia Mecatrônica e Ciência da Computação. Faz-se necessário ter habilidades próprias da área, que além da parte estrutural, cinemática e controle, incluem navegação segura e eficiente em áreas desconhecidas, mapeamento e localização no ambiente, interação com seres-humanos, visão computacional, aprendizado de máquina (inteligência artificial), entre outras competências que não se aprendem de forma completa nos cursos já existentes de engenharia. Por isso a dificuldade em encontrar profissionais qualificados na área é algo real.

FEI tem a primeira graduação em Robôs do País

Há no Brasil alguns cursos de graduação que possuem ênfase em robótica, que suprem parte desta necessidade. E desde 2019 existe o primeiro curso de graduação com foco em formar o profissional na área de robótica: o curso de Engenharia de Robôs, no Centro Universitário FEI. Um profissional que entenda de mecânica, eletrônica, computação, automação e controle na medida necessária para ter a habilidade de criar, projetar, desenvolver, testar e manter robôs de diferentes naturezas e para atuarem em diversas áreas.

A FEI tem uma vasta experiência em robótica inteligente, com pesquisa e desenvolvimento desde robôs colaborativos e de interação social, até robôs humanoides. Vem atuando em pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos na área desde 2003 e mais intensamente após a criação dos cursos de mestrado e doutorado no campo de inteligência artificial aplicada à automação e robótica. Junto com outras universidades públicas do país, a FEI tem sido protagonista no fomento e disseminação da robótica pelo Brasil, e com a criação do curso de Engenharia de Robôs, impõe um importante passo para suprir a demanda do mercado pelo profissional especialista em robôs. O novo curso coloca o Brasil na vanguarda do mundo e cria a esperança de que nosso país estará preparado para viver e colaborar intensamente com essa importante tecnologia do futuro.

Prof. Dr. Flavio Tonidandel é atual Coordenador do Curso de Engenharia de Robôs e Vice-Reitor de Extensão e Atividades Comunitárias do Centro Universitário FEI.





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